terça-feira, 5 de abril de 2011

o perigo da automedicação


Este post é um puxão de orelhas para boa parte dos brasileiros. Gente, eu sei que o nosso sistema de saúde pública é mega-deficitário (o governo também merece um puxão de orelhas), que nem sempre é fácil ter acesso a um serviço de saúde,mas por favor, resistam ao máximo à tentação de tomar qualquer medicação sem terem sido avaliados por um médico. É sério. Quando você vai à farmácia, encontra um balconista todo solícito, sorridente, que vai te "empurrar" qualquer coisa, mesmo que ele não saiba exatamente o que você tem, nem como te medicar porque o que ele quer é VENDER. É preciso que se saiba que nem todo profissional que está atrás do balcão da farmácia é um farmacêutico. Farmacêutico fez curso superior de farmácia, é uma profissão com várias habilitações, dentre as quais ser responsável por uma farmácia ou drogaria. Nem sempre está atrás do balcão. Aliás, geralmente não está. Mais ainda: um farmacêutico verdadeiramente responsável não medica qualquer um de qualquer jeito, geralmente encaminha você a um médico, ou interage com seu médico, integrando a equipe multidisciplinar de saúde. Estou dizendo isso porque a maior parte dos pacientes que procuram um dermatologista já passaram algo na pele que alguém indicou e esse alguém não era médico. Resultado: gastam dinheiro com coisa que não resolve e frequentemente só piora as coisas. E nós temos que começar o tratamento consertando erros. Não que médico não erre. Não somos deuses. Aliás, quando erramos é um problemão. Por isso estudamos tanto. Por outro lado, se um balconista de farmácia te medicar errado, sabe o que acontece? Na prática, nada. A meu ver, ele deveria responder por exercício ilegal da medicina, além de responder pelos danos causados ao paciente. Mas o que acaba acontecendo é que o paciente "põe a viola no saco" e finalmente procura o médico. Ou seja: ir ao médico acaba sendo uma forma de "cortar caminho". E de evitar gastar dinheiro em coisa que não vai resolver.