sábado, 26 de junho de 2010

cuidados com os pés

Este post vale para todos, mas tem especial utilidade para quem tiver perda de sensibilidade periférica (exs. corta-se e não sente). Uma causa frequente é o diabetes mellitus. Aliás, muitos diabéticos sequer sabem que são diabéticos e isso é bem sério.
Após sair do banho, procure secar bem seus pés, especialmente os espaços entre os dedos, e procure notar se existem frieiras ou outra alteração, caso existam procure o médico para ser examinado e medicado. Por uma simples frieira podem entrar infecções mais sérias, não vacile.

O momento em que você sai do banho também é o melhor momento para cortar as unhas. Mantenha-as curtas, mas não exageradamente (no "sabugo"). E não corte os cantos. Qualquer alteração nas unhas também deve ser examinada pelo médico, que indicará um remédio adequado.

Procure não usar lixa nas plantas dos pés. A aspereza desta região pode perfeitamente ser resolvida com cremes hidratantes adequados. Rachaduras, especialmente as que sangram, devem motivar uma consulta ao médico.

Use sapatos confortáveis, evite os de bico fino, bem como saltos muito altos o dia todo. Sacuda bem os sapatos antes de calçá-los, para remover qualquer pedrinha. Você pode não perceber a pedrinha se tiver alteração da sensibilidade. Aí, a pedrinha vai ficar o dia inteiro machucando seu pé. Pode até criar feridas. Cuidado.

Procure não usar o mesmo sapato dois dias seguidos, especialmente no caso de sapatos fechados. Deixe-os arejando 24 hs antes de usar novamente.

Vamos recapitular o que foi dito no início. Se você encontra um machucado (um corte, por exemplo) e não sabe como aconteceu, NÃO SENTIU acontecer, isso é a alteração de sensibilidade. Causas mais comuns: diabetes, alcoolismo, hanseníase. Procure o médico para investigar.

Faltou falar aqui das calosidades. Mas elas merecerão um post à parte.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

o banho.

Iniciando a série sobre cuidados de rotina: o banho. Delícia, né? O banho diário é, na minha opinião, um dos melhores hábitos dos brasileiros. Eu sei que você faz isso deste criança, mas vamos dar umas dicas bem boas, espero que goste.
Primeira: a temperatura da água. Eu sei que às vezes é difícil, mas a água do banho não deve ser muito quente. Água quente resseca demais a pele. E pele seca coça. Assim, atenção se você tem a pele especialmente seca: terceira idade, atópicos, pessoas com ictiose (estes dois eu vou explicar melhor em outros posts).
Segunda: a quantidade de banhos no dia. Quem mora no Brasil ou outras regiões quentes sabe o quanto vale um banho extra num dia de calorão. A minha dica é: só um banho no dia deve levar sabonete, pois o excesso de sabão remove excessivamente o manto lipídico da pele, tornando-a ressecada. Reforçando: pele seca coça. Para algumas pessoas precisamos limitar mais ainda o uso do sabonete, mas para a população geral, uma vez ao dia está de bom tamanho.
Terceira: sabonete de boa qualidade, por favor! Eu dou preferência ao líquido, é muito mais higiênico. Mas se você usar sabonete em barra, uma coisa muito útil é deixá-lo numa saboneteira como a da foto, em que possa escorrer e ficar sequinho. Isso evita proliferação de bactérias no sabonete. e faz com que ele dure mais.
Quarta: a lavagem dos cabelos. Use o shampoo de sua preferência, ou aquele que foi indicado pelo médico, se for o caso. Espalhe-o na mão e depois no cabelo, massageando com as pontas dos dedos. Enxague bem e depois, se você tiver cabelo grande, use um condicionador, apenas nas pontas, ou seja, da orelha para baixo. Condicionador na raiz do cabelo aumenta a oleosidade e a caspa. Enxague o condicionador, prenda o cabelo para cima usando uma "piranha" de plástico e só aí lave o corpo. Isso evita vestígios de creme na pele, o que pode agravar casos de acne. E modere a quantidade de condicionador, excesso não ajuda nada. No caso dos cabelos curtos, seja beeem econômico neste quesito. Muitas vezes um shampoo tipo dois-em-um resolve a questão. Ou só shampoo mesmo.
Quinta: a secagem. Use uma toalha que absorva bem a água para secar o corpo e os cabelos. Não esqueça as dobras da pele. Atenção especial aos pés. Seque cuidadosamente dedinho por dedinho para evitar frieiras, que coçam bastante. Este é um bom momento para usar o hidratante. Eu prefiro os sem perfume, hidratam melhor e trazem menos risco de alergias. Para os cabelos, o ideal é não usar secador todo dia para não queimar os fios. O mesmo vale para chapinhas, babyliss e coisas do tipo. Procure fazer no cabeleireiro um corte prático de que possa cuidar em casa sem grandes trabalhos. Um corte que tire o melhor proveito do seu cabelo do jeito que ele é. Aceite seu cabelo e viva em paz com ele.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Biópsia de pele: quando é preciso olhar bem de perto

Estou escrevendo este post para desmistificar de uma vez por todas a biópsia de pele. Normalmente, quando a gente comunica o paciente que vamos precisar biopsiar, esta notícia é rebecida com alguma preocupação. Primeiro, porque em outras especialidades, a biópsia está frequentemente associada à suspeita de câncer. Segundo porque imagina-se que seja um procedimento complicado ou doloroso. Gente, vamos entender o seguinte: pele não aparece em radiografia. Assim, muitas vezes a biópsia é a forma que se tem de examinar a pele mais a fundo quando isso é necessário para formular o diagnóstico. Por outro lado, o acesso à pele é muito mais fácil que o acesso a outros órgãos. A biópsia é realizada numa sala simples, com anestesia local. Podemos usar um punch, um instrumento que parece uma caneta sem carga e que remove uma rodelinha de pele (veja ilustração) ou um bisturi cirúrgico comum. Tiramos um pedacinho pequeno de pele, colocamos no fixador e damos pontos se for preciso. Isso em regime ambulatorial, ou seja, não é preciso ficar internado. Mandamos este pedacinho para o laboratório, eles examinam no microscópio e nos mandam a resposta com aquilo que viram, muitas vezes até dão o diagnóstico. Fica cicatriz? Fica. Sempre que se corta algo, fica uma cicatriz, não se engane! Mas procuramos deixar uma cicatriz bastante discreta, escondidinha, nada estigmatizante. Importante é ter o diagnóstico. Não tenha medo.

sábado, 12 de junho de 2010

você é responsável pela sua cura - parte 3: pele e mente

Existe um capítulo inteirinho na dermatologia dedicado às dermatoses influenciadas pelo estado mental: a psicodermatologia. Imaginem a importância do tema! Diversas explicações foram propostas para isso. Uma que eu considero bem interessante é a embriológica. Acontece que quando somos embriões no ventre de nossa mãe (fase em que muitas vezes nossa mãe nem desconfia que a gente existe), o mesmo tipo celular, chamado de ectoderma, origina a pele e o sistema nervoso central. Mas também é fato que a nossa pele é o grande órgão com o qual temos contato direto. Assim, muitas vezes ela é feita de "saco de pancadas", nela descontamos o que não está bem na mente. Injustiça! Mas é assim. Uma professora minha da UFRJ diz que não existe justiça biológica e eu concordo plenamente com ela.
A título de ilustração, vejamos algumas dermatoses influenciadas pelo estado mental: psoríase, vitiligo, eczema atópico, alopécia areata.
Isso significa que muitas vezes para melhorar da pele, você vai precisar melhorar a mente. Pode ser necessária ajuda de um terapeuta. Atividade física também pode ser útil, porque ajuda a descarregar adrenalina. Mas tem que ser uma atividade prazerosa, não pode ser uma coisa que você detesta fazer, senão o tiro sai pela culatra. Amigos podem ajudar. Música também. Mas é muito importante você acreditar francamente no sucesso do tratamento. Confiar em quem está te tratando, seguir as prescrições e ter uma atitude mental positiva são mais importantes do que a gente pensa. Aqui é importante observar o seguinte: a diferença entre cura e remissão. Cura significa que a causa do problema foi removida. Exemplo: você tem uma pneumonia bacteriana. Toma antibióticos, outos medicamentos de suporte, a bactéria morre e pronto, lá está você novinho em folha. Remissão é quando a causa do problema não pode ser removida, mas você pode ficar sem os sintomas. Exemplo: obesidade. Você está acima do peso, faz um tratamento bem orientado e recupera o peso nomal. Mas se bobear, se comer errado, engorda novamente! Em muitos casos de doença de pele, não se pode remover completamente a causa. Aliás, é comum que não se conheça exatamente a causa. Por isso muitos médicos dirão: não tem cura. Mas você pode ficar com a sua pele limpinha por muito tempo, até para o resto da vida. Ou seja: você está em remissão. Não é bom? Não é isso que a gente quer, ficar com a pele livre daquilo que tanto nos incomoda? Então, sinceramente: afaste este medinho, este "e se" a doença voltar, "e se" não der certo... Vai dar certo, acredite! Tenha fé. Se você não tem religião nenhuma, tenha ao menos fé na capacidade do seu organismo de se regenerar. Se é a sua criança que está doente, ou alguém que dependa de você, ou confie muito em você, ajude com palavras de estímulo e otimismo. Não é balela, funciona muito mais do que você imagina. Havendo qualquer contratempo, seu dermatologista estará lá para te ajudar.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

você é responsável pela sua cura - parte 2: levando as crianças ao médico


Como dermatologista, atendo gente de todas as faixas etárias. Há médicos que preferem não atender crianças, mas eu acho bem divertido. Aliás, as frases engraçadas que elas dizem já inspiraram vários livros. Se as coisas transcorrem do jeito certo, a experiência pode não ser tão desagradável para o seu pequeno.
Em primeiro lugar, assim que a criança entra na sala, gosto que ela mesma fale o que aconteceu ou o que sente. Do jeito dela, com as palavras dela. Claro, depois eu vou ouvir o responsável, mãe, pai, quem seja, mas acho bem importante a criança aprender a se expressar, afinal quem sente é ela. Acho também que se ela tem alguma pergunta, deve ser incentivada a fazer. Prometo que respondo.
Segundo: criança apronta. É normal, ora! Você também aprontava. Eu sei que às vezes o seu pequeno pode te tirar do sério, mas tentar corrigí-lo com uma ameaça que no fundo não vai ser cumprida funciona ao contrário. Por isso, por favor, não o ameace dizendo que eu ou outra pessoa da Equipe vamos dar uma injeção, por exemplo. Injeção não é castigo. É uma coisa desagradável, mas que em alguns momentos é necessária. Detesto ver aqueles olhinhos tristes me olhando como se eu fosse um monstro sem coração.
Terceiro: às vezes eu faço procedimentos mais invasivos ou dolorosos numa criança. Por exemplo, uma biópsia de pele. Nestes casos, prefiro não fazer o procedimento no mesmo dia, para que a criança seja preparada em casa pelos seus pais, ou quem cuida dela. O que é esta preparação? Você deve explicar à sua criança o que eu começo a explicar no consultório. Que vamos precisar dar uma anestesia, que ela vai sentir uma pequena picada, mas que depois que a anestesia pegar, ela não vai mais sentir dor. Que aquilo é para o bem dela, que depois vai passar, que ela deve ser forte, enfim! Nestas situações, eu deixo o responsável com a criança o tempo todo para que ela se sinta o mais segura possível. No mínimo segurando a mão. Os menores até operam no colinho. (marmanjo não tem tanta moleza...) Por favor, que venha um responsável que transmita segurança, aquele povo que desmaia quando vê sangue não serve. Sua criança precisa de você. Seja forte e ela também será. Muitas vezes fazemos tudo sem grandes problemas. Chorar porque sentiu dor é perfeitamente normal, até marmanjo chora. Mas eu me recuso a fazer o procedimento em situações nas quais seria preciso conter exageradamente a criança, acho isso um horror! Criança não é bicho. Também não gosto de enganar a criança, tipo esconder o fato de que vou aplicar uma injeção. Faço o melhor que posso para tornar o momento o mais suave possível. Quando nada disso funciona, o que fazer? Melhor levar o procedimento para o hospital, combinar com o anestesista e fazer sob sedação. É mais simples do que parece. E bem melhor do que uma sessão medieval de tortura.
Voltando ao capítulo das promessas. Digo mais uma vez: nunca prometa à sua criança (nem a ninguém, afinal de contas!) uma coisa que você não vai cumprir. Um dia destes uma auxiliar que trabalhava comigo me pediu para tirar um "sinal" das costas de sua filha de 5 anos. A lesão era benigna e eu expliquei que o procedimento era eletivo, ou seja, algo que não tem pressa para acontecer. Expliquei também como ela deveria preparar a menina. Mas... ela escondeu um pequeno detalhe, a injeção. Quando a menina viu a agulha, começou a se debater e eu disse à mãe que daquele jeito não ia rolar, enfim. Mas o melhor veio depois. A mãe prometeu à criança que se ela fizesse a cirurgia, ganharia um chocolate. Ela fez a cirurgia? Não. Ela ganhou o chocolate? Sim. Que tipo de educação é essa?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

você é responsável pela sua cura - parte 1: a relação médico-paciente


Existe uma verdade em relação aos tratamentos de saúde à qual quase ninguém dá a devida importância: na verdade, senhoras e senhores, quem se cura é o paciente. O médico só ajuda, orienta, dá uma força. Mas se o tratamento não for feito da forma que foi prescrito, nada vai acontecer. Para que isto funcione, é muito importante que se estabeleça uma boa relação médico-paciente. Esta deve ser uma relação de confiança e tudo deve ficar muito claro. Tanto porque você explicou tudo o que motivou a consulta, o seu estado real de saúde, tratamentos que já foram feitos, medicamentos a que possa ter alergia, etc, tanto porque o médico explicou com clareza como o tratamento deve ser feito, quando você deve retornar, etc. Assim sendo, quaisquer dúvidas devem ser esclarecidas o quanto antes. Quando for ao médico, leve toda a medicação que você estiver usando, exames que eventualmente já fez, qualquer dado que possa ser importante. Responda às perguntas que lhe forem feitas com franqueza, lembre-se que o Código de Ética Médica prevê o SEGREDO MÉDICO, ou seja, o que é dito em consulta, não pode ser revelado nem em juízo, a não ser para outros membros da Equipe Multiprofissional que possam ser envolvidos no tratamento (outros médicos, enfermeiros, fisioterapeutas...) ou em outras situações especiais. E não saia do consultório sem se sentir esclarecido sobre o seu problema e como o tratamento deve ser feito. Claro que a Medicina ainda tem várias lacunas, há muita coisa sem explicação, mas o que for possível, deve ser explicado.
Ainda: se é um profissional em quem você vai confiar, o certo é você, digamos, simpatizar com ele. Ele deve transmitir segurança e tranquilidade. Se não sentir isso, mude de médico.
Outra coisa: exame complementar (sangue, radiografias, ultrassonografia, e coisas do gênero) é como o nome diz: complementar. Só deve ser pedido se for necessário para o seu tratamento, a menos aqueles que fazem parte da rotina anual, como por exemplo a glicemia, que diagnostica o diabetes. O mais importante mesmo é a história clínica (o que você conta) e o exame clínico. Por isso não é legal só ir a médico em situações de urgência, no pronto-socorro. No pronto-socorro, o médico não tem condições de avaliar certos detalhes com calma. Ele vai salvar sua vida, aliviar sua dor, mas a rotina é feita no consultório.
Mais uma: resultado de exame complementar é seu, você deve sempre ter uma cópia, é direito seu. O corpo é seu, afinal de contas! E não se constranja em abrir qualquer envelope e ler o resultado se quiser. Só não deixe de trazer ao médico, pois ele também precisa saber como as coisas estão evoluindo.
Uma observação importante: nem tudo pode ser previsto na primeira consulta. O médico ouviu sua história, te examinou, traçou um plano de tratamento o mais cuidadoso possível. E algo inesperado aconteceu. Muitas vezes você inicia o tratamento e a medicação provoca alguma reação adversa, por exemplo. Isso não é culpa sua, nem do médico. Medicina não é ciência exata, às vezes você faz tudo certo, mas algo atrapalha. O que fazer? Mudar de médico? Não necessariamente. Nestas situações, você tem direito de pedir um retorno, voltar ao consultório e relatar o que aconteceu. Algo pode não ter ficado claro na prescrição. A medicação pode estar vencida. Diversas situações. Só conversando mesmo.
Por último: quando você marcar uma consulta, se não puder ir, dê um jeitinho de avisar o quanto antes. É complicado você ter a agenda cheia e alguém faltar sem avisar. Naquele horário que ficou vago, poderia ter vindo alguém que precisasse. Ética é importante dos dois lados.

anexos da pele - parte 4: as glândulas


Temos na derme dois tipos de glândula: as sebáceas e as sudoríparas.
As sebáceas, como já foi comentado, fazem parte do folículo piloso. É interessante saber que elas são mais numerosas na região cental do corpo: couro cabeludo, centro da face, centro do tórax, centro do dorso e região pubiana, além das axilas. Aliás, a fronte, o nariz e o queixo são as regiões da face com mais glândulas sebáceas. É isso que as esteticistas chamam de "zona T" e dizem que esta zona é mais oleosa em quem tem pele mista. Na verdade, esta zona é mais oleosa em todo mundo.
Outra coisa que eu já ouvi e achei hilária foi a declaração de que um determinado produto (não vou declinar qual) atravessa a epiderme e chega até a derme, onde age na musculatura. Gente, a única muscuatura que existe em toda a extensão da derme é a musculatura eretora dos pelos, ok? Por isso eu costumo dizer que este produto é arrepiante!
Mas voltando às nossas glândulas. Além das sebáceas, temos também as glândulas sudoríparas, que têm uma função importantíssima de regular a temperatura do nosso corpo. Temos dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas e as apócrinas.
As glândulas écrinas existem por todo o nosso corpo, especialmente palmas das mãos, plantas dos pés e axilas. O suor delas é claro e sai à superfície pelo que se costuma chamar de poros.
As glândulas apócrinas existem principalmente nas axilas, virilhas e região perianal. Ficam anexas aos pelos destas regiões, e produzem uma secreção leitosa que é jogada no folículo piloso (e não na supefície da pele, como acontece com as glândulas écrinas). É importante saber que o suor destas glândulas sofre ação de bactérias (que existem normalmente na pele). O suor apócrino depois que sofre ação destas bactérias fica com um odor característico. Esse mesmo que você está pensando. Ou seja, a melhor forma de controlar o mau cheiro das axilas é regular a atividade das glândulas apócrinas. Usar um produto que simplesmente tenha cheiro bom não resolve nada.
Como eu disse anteriormente, o suor tem a função de regular a temperatura do corpo. Quando a gente se exercita, o coração trabalha mais, o sangue circula mais e isso aumenta a temperatura. Então, as glândulas sudoríparas trabalham para não deixar a temperatura subir muito. O corpo perde líquido, claro. E por conta disso, perde peso. Reforçando: a perda de peso que acontece logo após o exercício é devida à perda de líquido pela transpiração. A perda de gordura e o aumento de massa magra (musculatura) vão acontecer depois, por outros mecanismos.
Conclusão 1: não tem nada de mais beber água, ou outra coisa depois de fazer ginástica.
Conclusão 2: aquelas famigeradas cintas plásticas que se usava nos anos 70 pra suar mais com a ginástica não adiantam nadinha. Ainda bem que pararam com aquilo. Ô coisa feia!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

os anexos da pele - parte 3: as unhas


As unhas são estruturas também formadas por queratina que crescem na falange distal dos dedos e artelhos. O aparelho ungueal é composto por 3 partes:
A lâmina, que é a unha prorpiamente dita, está aderida ao dedo no chamado leito ungueal.
As dobras ungueais envolvem a unha por todos os lados, exceto o lado de cima. Apresentam um prolongamento da camada córnea chamado cutícula que recobre a porção proximal da unha.
A matriz da unha fica logo abaixo da lâmina, contém células germinativas, ou seja, é a parte responsável por criar unha nova.
As unhas crescem mais ou menos 0,1mm ao dia nas mãos. Nos pés, mais devagar. É importante entender isso porque quando tratamos uma doença nas unhas, o resultado só vai ser notado quando toda aquela unha alterada for substituída por uma nova, o que pode levar de 6 meses a 1 ano. É um exercício de paciência e persistência.
A função das unhas é fundamentalmente protetora. Claro, são mais um alvo da vaidade feminina. Eu sou mulher, eu sei. Se bem que muitos homens também têm esta vaidade. Só não confessam. Aí é outra história...

os anexos da pele - parte 2: o crescimento dos pelos.


Ainda sobre os pelos, há uma outra coisa que vale a pena entender aqui: como os pelos crescem. Cada folículo piloso tem um ciclo que é composto de 3 fases.
A fase ANÁGENA é o momento em que os pelos crescem. No couro cabeludo, esta fase dura de 2 a 5 anos.
A fase CATÁGENA é o momento em que os pelos param de crescer. No couro cabeludo, dura cerca de 3 semanas.
A fase TELÓGENA é o momento em que os pelos se desprendem do folículo piloso. Isso mesmo: eles caem. Para nascer um outro pelo novinho. No couro cabeludo, esta fase dura de 3 a 4 meses.
A proporção de pelos num couro normal é aproximadamente a seguinte: 85% em fase anágena, 1% em fase catágena e 14% em fase telógena.
A partir daí, podemos fazer algumas reflexões.
Uma: Se temos cerca de 14 % dos nossos cabelos em fase telógena, é normal que percamos uma média de 100 a 120 fios de cabelo por dia, sem que isto seja considerado doença.
Duas: Se a duração de cada fase deste ciclo pode variar de pessoa para pessoa, podemos concluir que o crescimento dos cabelos não é igual para todos, inclusive em condições normais. Ou seja, nem todo mundo nasceu para ter um cabelão até a cintura.

os anexos da pele: parte 1 - a estrutura dos pelos



Continuando a entender a nossa pele, vamos estudar os seus anexos, começando pelos pelos. Folículos pilosos são as estruturas que fabricam os pelos. Elas estão presentes por quase todo o corpo, excetuando as palmas das mãos e as plantas dos pés. O pelo propriamente dito é constituído principalmente de queratina, a mesma proteína que está na supefície da pele. A cada pelo, a epiderme se invagina, ou seja, se dobra na direção da derme como um pequeno túnel. É como se a gente fizesse um buraco com o dedo na areia da praia. E no fundo deste túnel está o bulbo do pelo, onde encontramos a matriz com as células que produzem queratina. Na matriz também encontramos melanócitos e a melanina que eles produzem será responsável pela cor do pelo. Em cada folículo piloso vão se inserir ainda duas estruturas: um músculo eretor, que ao se contrair vai fazer o pelo se arrepiar e uma glândula sebácea, cuja secreção faz o pelo brilhar. Aliás, quando você ouvir falar em aparelho pilossebáceo, nada mais é que o conjunto formado pelo pelo mais a glândula sebácea. Existem dois tipos de pelo: o velus, mais fininho, que temos em quase todo o corpo e o pelo terminal, que temos no couro cabeludo, barba dos homens, axilas e região pubiana. Para que servem os pelos? Para proteger orifícios, como narinas e condutos auditivos, para proteger da radiação ultravioleta do sol, para auxiliar na função tátil, para reduzir o atrito... E para embelezar, gritará um ruidoso coro de mulheres, com as quais concordará um silencioso coro de homens. Afinal, homens e mulheres são vaidosos sim com seus cabelos e mesmo que alguém os raspe com máquina zero, a idéia de que eles possam nunca mais nascer não é agradável para ninguém.