quinta-feira, 10 de junho de 2010

você é responsável pela sua cura - parte 1: a relação médico-paciente


Existe uma verdade em relação aos tratamentos de saúde à qual quase ninguém dá a devida importância: na verdade, senhoras e senhores, quem se cura é o paciente. O médico só ajuda, orienta, dá uma força. Mas se o tratamento não for feito da forma que foi prescrito, nada vai acontecer. Para que isto funcione, é muito importante que se estabeleça uma boa relação médico-paciente. Esta deve ser uma relação de confiança e tudo deve ficar muito claro. Tanto porque você explicou tudo o que motivou a consulta, o seu estado real de saúde, tratamentos que já foram feitos, medicamentos a que possa ter alergia, etc, tanto porque o médico explicou com clareza como o tratamento deve ser feito, quando você deve retornar, etc. Assim sendo, quaisquer dúvidas devem ser esclarecidas o quanto antes. Quando for ao médico, leve toda a medicação que você estiver usando, exames que eventualmente já fez, qualquer dado que possa ser importante. Responda às perguntas que lhe forem feitas com franqueza, lembre-se que o Código de Ética Médica prevê o SEGREDO MÉDICO, ou seja, o que é dito em consulta, não pode ser revelado nem em juízo, a não ser para outros membros da Equipe Multiprofissional que possam ser envolvidos no tratamento (outros médicos, enfermeiros, fisioterapeutas...) ou em outras situações especiais. E não saia do consultório sem se sentir esclarecido sobre o seu problema e como o tratamento deve ser feito. Claro que a Medicina ainda tem várias lacunas, há muita coisa sem explicação, mas o que for possível, deve ser explicado.
Ainda: se é um profissional em quem você vai confiar, o certo é você, digamos, simpatizar com ele. Ele deve transmitir segurança e tranquilidade. Se não sentir isso, mude de médico.
Outra coisa: exame complementar (sangue, radiografias, ultrassonografia, e coisas do gênero) é como o nome diz: complementar. Só deve ser pedido se for necessário para o seu tratamento, a menos aqueles que fazem parte da rotina anual, como por exemplo a glicemia, que diagnostica o diabetes. O mais importante mesmo é a história clínica (o que você conta) e o exame clínico. Por isso não é legal só ir a médico em situações de urgência, no pronto-socorro. No pronto-socorro, o médico não tem condições de avaliar certos detalhes com calma. Ele vai salvar sua vida, aliviar sua dor, mas a rotina é feita no consultório.
Mais uma: resultado de exame complementar é seu, você deve sempre ter uma cópia, é direito seu. O corpo é seu, afinal de contas! E não se constranja em abrir qualquer envelope e ler o resultado se quiser. Só não deixe de trazer ao médico, pois ele também precisa saber como as coisas estão evoluindo.
Uma observação importante: nem tudo pode ser previsto na primeira consulta. O médico ouviu sua história, te examinou, traçou um plano de tratamento o mais cuidadoso possível. E algo inesperado aconteceu. Muitas vezes você inicia o tratamento e a medicação provoca alguma reação adversa, por exemplo. Isso não é culpa sua, nem do médico. Medicina não é ciência exata, às vezes você faz tudo certo, mas algo atrapalha. O que fazer? Mudar de médico? Não necessariamente. Nestas situações, você tem direito de pedir um retorno, voltar ao consultório e relatar o que aconteceu. Algo pode não ter ficado claro na prescrição. A medicação pode estar vencida. Diversas situações. Só conversando mesmo.
Por último: quando você marcar uma consulta, se não puder ir, dê um jeitinho de avisar o quanto antes. É complicado você ter a agenda cheia e alguém faltar sem avisar. Naquele horário que ficou vago, poderia ter vindo alguém que precisasse. Ética é importante dos dois lados.

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